COMO ROBAR E VENDER

EUNÁPOLIS

Furtos: Comerciante faz cartaz pra ladrões

Foto: Joa Souza/Agência A Tarde

Comerciante colocou, na vitrine, um recado aos ladrões após ser assaltada 30 vezes em dois anos

EUNÁPOLIS - Um cartaz estampando um "recado" aos ladrões foi a forma que uma comerciante de Eunápolis, a 643 km de Salvador (BA) encontrou para chamar a atenção de autoridades para o grande número de assaltos às lojas do centro da cidade. A mulher, que prefere não ter o nome divulgado, conta que foi assaltada 30 vezes nos últimos dois anos. "Senhores ladrões: pedimos a gentileza que aguardem ao menos a reposição do estoque para a próxima visita... solicito que, após furtarem-me de novo, ofereçam o produto a mim mesma, pois sei que os senhores vendem o produto baratinho. Prometo sigilo absoluto, pois não desejo ser presa por receptação de produtos roubados. Certo de sua compreensão, agradeço. Tratar aqui", diz a mensagem. A comerciante conta que já instalou oito câmeras de segurança, mas que a ação não intimidou os ladrões, que agem tanto durante o dia quanto à noite. Ela prefere não revelar o valor do prejuízo, mas informou que as peças roubadas têm preços que variam entre R$ 180 e R$ 300. O manifesto é o reflexo da insegurança de comerciantes na cidade, sobretudo no centro, onde há pouco policiamento e queixas com relação à demora no atendimento às ocorrências. De acordo com a polícia, foram 213 roubos e furtos em 2008, 215 em 2009 e 239 em 2010. Até o dia 13 deste mês, foram registrados em Eunápolis 78 casos de roubos ou furtos em 2011. Apesar do alto índice deste tipo de crime, a polícia não soube informar o número de pessoas detidas pela prática destes delitos. A Secretaria de Segurança Pública foi procurada para prestar dados sobre a segurança no município, mas também não deu nenhuma informação. Portas trancadas Os constantes assaltos em Eunápolis têm obrigado os lojistas a funcionarem de portas trancadas. Desde o mês passado, o medo entre os comerciantes cresceu. Um homem passou a ser conhecido na cidade como o ladrão do estilete, arma que ele usa para praticar os crimes. Ele prefere lojas onde só trabalham mulheres e é procurado pelas polícias Civil e Militar da região.

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