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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

PMs em greve



BA: PMs em greve recuam e não exigem mais soltura de colegas

Em assembleia geral na noite desta 5ª, a categoria decidiu por aclamação seguir a greve. Foto: Fernando Borges/Terra


    HERMANO FREITAS
    Direto de Salvador
    Desmoralizados pela divulgação de um áudio em que seu líder, Marcos Prisco, aparece combinando um ato de vandalismo, policiais militares em greve na Bahia já não consideram a anistia dos colegas condição obrigatória para voltar a trabalhar. De acordo com o porta-voz Ivan Leite, os movimentos em greve agora tratam como "desejável" a liberação do colega, mas não condicionam o fim da greve a isso. Desde o início da paralisação, a região metropolitana de Salvador já registrou mais de 150 homicídios.
    "Seria uma demonstração de bom senso do governo liberar o colega, mas nossa luta é pelo pagamento de toda a GAP 4 (Gratificação de Atividade Policial) ainda em 2012", disse. O governo propõe o pagamento escalonado das GAPs 4 e 5 a partir de novembro deste ano. Os PMs recusam a proposta e querem o pagamento da GAP 4 em março próximo e da GAP 5 em março de 2013.
    Na noite desta quinta-feira, a categoria decidiu seguir a paralisação em assembleia geral. A continuidade da greve se deu por aclamação, e os centenas de presentes ao encontro entoaram cantos de "Oooo, a PM parou" e "PM, unida, jamais será vencida".
    Ainda de acordo com Leite, o movimento grevista não tem como reivindicação a anistia criminal por não reconhecer que tenha cometido nenhum delito. "Não me sinto à vontade para falar em 'anistia' porque sequer vimos mandados", disse ele, e acrescentou: "fomos acusados de crimes cometidos durante o cerco de militares à Assembleia Legislativa Baiana".
    A greve
    A greve dos policiais militares da Bahia teve início na noite de 31 de janeiro, quando os grevistas acamparam em frente à Assembleia Legislativa em Salvador e posteriormente ocuparam o prédio. Cerca de 10 mil PMs, de um contingente de 32 mil homens, aderiram ao movimento. A paralisação provocou uma onda de violência na capital e região metropolitana, dobrando o número de homicídios em comparação ao mesmo período do ano passado. Além de provocar o cancelamento de shows e eventos, a ausência de policiamento nas ruas também motivou saques e arrombamentos. Centenas de carros foram roubados e dezenas de lojas destruídas.
    A paralisação busca reivindicar a criação de um plano de carreira para a categoria, além do pagamento da Unidade Real de Valor (URV), adicionais de periculosidade e insalubridade, gratificação de atividade policial incorporada ao soldo, anistia, revisão do valor do auxílio-alimentação e melhores condições de trabalho, entre outros pontos.
    O Executivo estadual solicitou o apoio do governo federal para reforçar a segurança. Cerca de 3 mil homens das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança foram enviados a Salvador. Dois dias após a paralisação, a Justiça baiana concedeu uma liminar decretando a ilegalidade da greve e determinando que a Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra) suspenda o movimento. Doze mandados de prisão contra líderes grevistas foram expedidos, sendo que destes quatro foram cumpridos.
    Em 9 de fevereiro, Marco Prisco, um dos líderes do movimento grevista, foi preso após a desocupação do prédio da Assembleia. A decisão ocorreu um dia depois da divulgação de gravações telefônicas que mostravam chefes dos PMs planejando ações de vandalismo na capital baiana. Um dos trechos mostrava Prisco ordenando a um homem que ele bloqueasse uma rodovia federal.

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